A senhora de Shalott

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A senhora de Shalott
Com as mãos cansadas de tanto tecer
Olhando pela janela as torres e sentinelas
Que em seu claustro faz se esconder
Ao longe ver Camelot

Em sua mais doce quimera 
Divagando sonha em fugir
Mas se encontra acorrentada em uma cela
Tudo dentro de si foi arrancado: seu amor, seu sorrir

A senhora de Shalott
No calor agonizante de sua alcova geme
Desacredita da sua má sorte
Ela foi silenciada para sempre

Em seus sonhos ela encontra conforto
Um lindo moço que a venha libertar
Que em seu cavalo a coloque no dorso
Ao acordar na janela ela tece e se põe a esperar

A senhora de Shalott 
Tão doce e imaculada
Teve seus anseios desacreditados
Pela força de uma espada
Pela empáfia de um exasperado

Arrastando por longos anos seu fardo
Desceu as escadarias fugindo das torres
Ela decidiu despedir-se ao anoitecer daquele condado
Pois sua alma não mais suportava as dores

A senhora de Shalott
Ao longe avistou um barco
Deu um grande e compenetrado suspiro
Seu coração flutuou alado

Os álamos cobriam com sua folhagem o rio
Arrumou de esmero o barco com o seu tecido
Navegou durante toda a noite
De sua ruína havia esquecido

A senhora de Shalott
Soltava as correntes e a chuva molhava seu cândido vestido
Ela estava finalmente livre, longe de perigos
A triste dama cantava uma música fúnebre e triste
Quando atracou no cais do norte

Sua pálida tez derramava longo pranto
Os olhos fatigados buscavam pelo amado Lancelot
Nos seus braços, como uma vela extinguida ela abraçou a morte
Até hoje a corajosa senhora é lembrada por toda Camelot



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