Adágio à noite sem fim

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"Ah! Esta noite é a noite dos vencidos!" (Augusto do Anjos)

O sol não queima há tanto tempo,
O vento de mim se esqueceu,
Preso em claustrofóbicos intentos,
Da ponte a sanidade esmoreceu

Pela cólera das erínias,
Ao sonhar fê-la etérea,
Pintando epifanias claras, exímias,
Com cores pálidas, funéreas

De tão aturdida,
A lira não ressoa uma nota,
Para que serve inda a vida,
Dentro desta pele gélida e morta?!

Toda inocência dorme lívida,
No frio que o vento esqueceu,
Em uma noute que parece perdida,
À espera do sol que nunca nasceu



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