Canto do sertão

/
0 Comments



E no meu sertão noitinha a chuva vai chegar
E a esperança nos meus zóio faz brilhar
Chega de lágrimas, chega de dores
E no meu sertão sobre a terra seca nascem flores

Ao ouvir tua sanfona dedilhar
Profunda e imensa
Teu lamento e tristeza me fez chorar
Não tem no mundo quem vença
O poder do teu cantar

O teu olhar sobre o defeito
O desrespeito, o despreparo
O desamparo que o sertanejo tem que suportar
Que até hoje ninguém deu jeito

Vejo pelas estradas o boi que de sede morre
Toca teu baião, teu xote
Deixa pingar sobre nós a sorte
De que um dia ninguém aqui mais chore

A chuva lava as dores
Tu que cantastes asa branca
A morte do vaqueiro
E outras tantas
Fez embalar meu pesar e meus amores

Hoje canto e digo em absoluto
Como alguém que tem esperança no futuro
Do sofrimento nasceu um sonhador
Quem semeia algum dia colhe o fruto

Sou também mais um matuto, nascido no agreste de Pernambuco
Sei da nossa carência e necessidade
Só quem vive na seca sabe e conhece
Me perdoe o insulto, mas Gonzaga cabra da peste
Tua canção para sempre aquece o coração do meu nordeste.



You may also like

Nenhum comentário: