Perdi o controle das minhas asas

Decaí

Passam as horas, estilhaçam as taças

Sinto que na eternidade sucumbi


Por séculos minha alma vaga

Cansada, sonâmbula, incrédula

A chama de minh’alma lentamente se apaga

E no meu sono aninha-se amálgama e pêndula


Me lancei ao mar Egeu

Fiz promessas aos deuses

Baphomet, Leviatã, Prometeu

E eles riram dos meus interesses


Sinto o perfume dos espaços 

Que inundam as viçeras

Rompendo todos os laços

Deixando só a carniça


Nos olhos de um pássaro 

Afoguei a minha dor

A sombra dos teus passos

Minha vida destroçou 


Um inverno inefável 

Sonhei alto demais 

A queda foi inevitável 

Em pedaços estão os meus cristais 


Sem uma resposta

O vento nos esqueceu 

A sentença foi imposta 

Em teus braços o amor morreu