Como pulsa o braço vil do açougueiro
Pintando as paredes o chão e os dedos de vermelho
Arranca e expulsa do meu peito essa pungente dor
Como tira raivosamente as vísceras de um carneiro

Assim quero ser, como o cadáver que segura as duras mãos do coveiro
Que não tem pena , sentimentos ou receio
Sinto-o me enterrar e vejo nos seus olhos o sarcasmo derradeiro
Jogado neste frio túmulo me resvalo em teu seio

Sentindo toda glória da morte
Brindo a decadência e tomo do cálice inebriante destra forte
Vagando sem destino por séculos me perdi no tempo
A solidão e o desprezo me enche de arrependimento

Sentindo ao último golpe caio no chão de joelhos
E que na frivolidade da terra o Deus verme roa minha carne, meus ossos
Que roa sem remorsos
Deixe apenas os cabelos

Quanta má sorte o destino me concedeu

Enfim o dia que eu tanto esperei se sucedeu
O meu rosto empalideceu a mão estremeceu a vista escureceu
De mim a minha alma se desprendeu
Lentamente senti fluir todo o meu sangue que verteu


J.Morgan 20/08/11



Dou muito valor a obras póstumas,
poetas desconhecidos, histórias trágicas,
cantores esquecidos, livros velhos, roupas surradas,
cemitérios antigos, clássicas fachadas.

Brinquedos perdidos, ídolos mortos, prefiro Lp que cd
fita cassete a dvd.
Gosto da nostalgia de finais de tarde, de ver o sol se por.
tambêm gosto de finais tristes, de histórias de amor.

hoje me apego muito mais a mim que a você.
Adoro maquinas datilográficas, antigas maquinas fotográficas.
Nos meus momentos intimos gosto de apenas escrever,
Não gosto de e-mail prefiro cartas.
Em vez de olhar pro caos que me cerca de tantas vidas dramáticas,
prefiro ler histórias fantásticas.

Tendo reflexo do passado me foco no futuro, tenho opinião própria não fico encima do muro.
De toda violência e corrupção tenho como válvula de escape a minha vasta imaginação.
Que povoe a tolerância nesse mundo de patife ignorância,
prefiro mimeografar que imprimir.
Ao ivés de me intorpecer eu gosto mesmo é de sentir.

Que o mundo seja mais altruista ao invés de pessimista.
Em um momento de disparate me segurar e resistir,
minhas frustrações guardar a expelir,
minha opinião falar nunca reprimir.

Hoje eu prefiro por mais que difícil seja tentar e não desistir.
Mesmo que algum dia eu insista em cair,
me levantarei, minha cabeça erguirei pra então poder seguir.

E mesmo que por mais que entristecido for o meu destino,
não vou me entregar ao desatino!
Por mais que o mundo queira me agredir,
tenho que admitir, enquanto eu caminhar.
Prefiro em vez de chorar, ironicamente sorrir.


Jal.Morgan 17/08/11