Pra quê viver se já me sinto morto,
Por quê fugir da chuva se já não existe abrigo,
Em quê prosseguir se nada mais faz sentido.

Como a escuridão de uma vela extasiada,
caminho entre caminhos tortuosos pela madrugada,
me resvalo nos precipícios da minha mente machucada.

Na consciência dos meus atos, no ápice dos sentidos,
me entrego a um momento sórdido de desespero impreciso.

Eu alimento dentro de mim essas vozes engrenhadas,
Os vultos se fazem regozijar-se ao meu redor,
minha sanidade foi completamente violada.

Assim abro o vinho da minha completa falta de amor
da minha imbecilidade eu bebo com ardor

O pior estado da minha conciência eu não quero mais pertencer a mim,
Quero me desvirtuar dessa inútil estrada enfim.

já completamente sem razões pra continuar a minha jornada,
pego a corda fria que parece aço,
pulo sem remorsos e a morte me abraço,
arrogantemente me entrego com os pés descalços.

A minha respiração suspendeu,
o arrependimento nas grades do meu coração bateu,
em meu rosto a ultima lágrima verteu.

senti o amargo demasiado forte cortar minha garganta,
agora estou sozinho cercado de minhas dolorosas lembranças.
Entro em um estado onde perco completamente as esperanças.

todas as minhas células lutam por mais um segundo,
Virei propositalmente as costas ao mundo,
nesse estado de entrega a culpa é a dor que me consome,
sinto o sufocar do meu peito quero clamar o meu grito mais profundo.

agora sinto que é tarde demais.
Minha alma do corpo lentamente se desfaz,
fui fraco demais...

tenho que pagar por tudo!
O arrependimento que sinto é demasiado fundo.
Sinto o fim de tudo de algum lugar os sons que me chamam do absurdo.
Caminho na estrada do meu sofrimento mutilado, cego e mudo.
E no momento final...
Me consome o sofrimento de ter provado deste veneno mortal.



Poema inspirado no livro O martírio dos suicidas (seus sofrimentos inenarráveis)
Deixo claro que este blog é contra qualquer tipo de violação a vida.

J.Morgan 21/10/11