As cismas da lua

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"E roda a melancolia, seu interminável fuso!"
                                   (Cecília Meireles)

Desce lua cheia de pranto
Seu encanto não acalma
De tristeza bordou meu manto
Que pouco tanto cobriu minh'alma

Lua nua que flutua
Ao qual ondula o meu olhar
De uma luz escusa, morna, crua
Metade treva, metade amar

Em tuas cismas me fizeste temporal
Seu desnude é feitiço do céu
Lua, será que já fostes amada?

Tua luz não mais me seduz de solstício teatral
Desenganado de ti arranco-lhe o véu
Lua nefasta, de ti não quero mais nada




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