De navegar estou cansado
Minha tristeza quero afogar
Em um derradeiro brado
Nereida vem me ajudar

Quero ver e contemplar
Descansar meus pés nas ondas
E nas espumas me desmanchar
Em meio as pedras redondas

Vem afugentar minha desilusão
Meu barco quero ancorar
Me conduz com tuas mãos
Para em teu reino poder entrar

Seduzido pelo teu cantar
Me levou para a profundeza das águas
Encontrei meu lugar na pureza do teu mar
Desmancha com teu tocar minhas mágoas

Ao entardecer da nossa primavera
Acordei despido na praia de Itamaracá
De longe te vi iluminada, citéria
Contigo um dia hei de casar







A poesia está morta
E tudo o que hoje 
Bate a minha porta
É lamentação

Que escorre
Feito larva de vulcão
Que se encolhe
Em pulsações

De calor e dor
Quando se cansa
De dar tantas voltas
 Se enrosca 

E cai
E quebra 
E corta
Vibra, liberta, esvai

Em noites tortas
De dias desiguais
O que mais importa?
Ela já está morta