Dissoluto

/
0 Comments



Me escapam palavras para descrever
O motivo do meu engasgo
A densidade do não ser
Por dentro eu me devoro, eu me rasgo

Eu já não quero entender
Os motivos e razões
Que permeiam minhas mais loucas dissoluções
Continuo sem saber

Minha ânsia, o gosto, o travo
Mais um trago amargo do meu cigarro
Os sentidos em tiros de inconstância
Eu me deparo com os restos de esperança

Teu rosto meu sonho perturba
A carícia dos teus desejos
Em agonia absurda 
Pois deixei passar o ensejo

Os olhos riscados de carvão
Revoltos feito fogo
Tu me deixastes escapar pelas tuas mãos
Destituiu a noção de todo

Verter não quer dizer fraqueza
Eu não vou esquecer
Meu amor tenha certeza
O reflexo do meu eu é você

Só você preenche os espaços
Mas deixa de ser orgulhoso
Me risca com teus traços
Vem me contornar de novo


You may also like

Nenhum comentário: