Amiga morte

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E eu me ponho mais uma vez aqui para falar de morte

E o que será a morte?

Uma completa falta de sorte ou um canto a se libertar?

Longe de tudo que é orgânico

Pois já sei morte que morremos ao nascer

Cada dia mais um pouco

Não sei se és mentira ou engano

O étereo ou o profano

Mas quem sou eu para tentar entender o que sois morte?

Sou apenas um menino, um vadio

Mas de ti não tenho mágoa nem lamento

Não te tenho como mal ou inimiga

Morte eu não quero te renegar

Eu sei que és solta como o ar

Que as coisas vem discerrar

Mas não eu

És bem vinda morte

Você faz parte da minha vida

Como posso ir contra ti amiga?

Não tenho mais medo

Me mostra teus dentes morte

és um cantar ou esbravejar?

Percebeu morte?

Que não tens tanto poder assim

Posso muito bem agora te matar, comer e aforgar dentro de mim

E o que sobra de ti?

Então morte vamos fazer as pazes

Quero te ter bem, ser seu amigo

Não vou mais brigar contigo nem te por de castigo

Ah se eu pudesse beijaria seus cabelos

Te lavaria a cara e te abraçaria, seguro e terno

Queria ouvir seus medos e mágoas

Eu sei que um dia vou te deixar entrar e deitar

Mas saiba que vou estar cansado, seco sabe?

Sem mal humor vou te ouvir cantar

E quando pela janela vieres me encontrar

Estarei consciente e calmo

Não sei de onde virás

Se da brisa fria do sul ou do calor do norte

E sabe amiga, talvez isso pouco importe

Viver transcende a illusão de ti,  morte





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