O poço

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De perto vejo o poço
Vestido de escuridão
Sua podridão, seu lodo
Onde repouso minha mão 

Em carne viva
Minhas unhas sangram
Pelo veneno deste inalcançável fosso
Correntes em volta do meu pescoço

Neste abismo me contorço de dor
Minha pele descola do osso
Desço até o fundo e vejo
Como é imundo o fundo do poço

Frio e pretensioso
Dotado de mistérios
Com larvas, bocas e olhos
Aos quais eu não ouso tocar

Os seus braços deletérios
Este poço é um inferno
Tão difícil de escapar
Com tantas trancas e ferrolhos
 
Temo me machucar ainda mais
O que eu fui se perdeu
A saída aos poucos se desfaz
E o que me sobra agora é desgaste

Derrisão algoz, Ilusão fugaz, desastre
Nesse atroz poço de ser sempre teu




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