Amor

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Roubaram minha glória
Roubaram minha jurisdição
Roubaram minha prudência
Roubaram minha métrica.

Minhas alegrias e tristezas
Meu cansaço e meu ópio
Minha dança, meu coração
 Minhas rimas, meus versos.

Roubaram minha decência
Roubaram meu desamor
Roubaram minha quietude
Roubaram meu compasso.

Meu dialeto estrangeiro
Meu direito ao sofrer
Minhas visões de bruxo
Minhas belas redondilhas.

Roubaram meu bom gosto
Roubaram meu mau gosto
Roubaram minha terra e minha palmeira
Roubaram meu sabiá.

No lugar, deixaram um corpo nú
Que pulsa, que ri, que escarra em mim
Que sente, que tem esperança...
No lugar, deixaram o amor.


 Rosivan dos Santos


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