Aos condenados

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 O medo, o medo de deitar a ultima vez e não mais acordar
Hoje entre lágrimas vivo o despropósito de onde cheguei
O peso de carregar a dor aos fardos nos meus ombros

O único a andar perdido eu serei
Deitado ao pé da cama em noites lúgubres eu mudo chorei
A sensação  de pele gelada, o frio da navalha no fio da alma

Dia e noite deitado entre febre eu rezo
que um novo dia amanheça eu vos peço: uma luz, um caminho, calma

A esta duvida mortal de onde cheguei
Não, a sua ameaça eu não temerei.

Duvidas me consome, a certeza chegou tarde.
Não posso desistir e ser um covarde

Hoje ao caminhar vejo sombras ao meu redor, a me espreitar
Sinto a palidez do seu olhar, seu suspiro frio me acompanhar.
E meu espírito chora para viver
Meu coração implora para bater

Por tudo que lutei
Meu ideal não pode agora esmorecer
Oh Deus  porquê tanto sangue derramado?
Tanto sofrimento guardado?
Tanta vela, choro e coração despedaçado?

Então um novo dia vai nascer para aqueles que suportarem
O amanhecer  quebrará o silencio da escuridão
Gritando nas grades do meu coração
Imploro aos céus por mais um dia viver

E depois de tudo que lutei, Olharei pra trás e sorrirei.
Pois de mim mesmo me orgulharei.

Nada mais pode me reter, preciso bradar tudo que tenho a defender
Mesmo que na mira de um revolver meu coração pare de bater
Que a bala entre no meu peito em chamas a arder

A Deus não tenho nada o que temer
Fecho os olhos e enfim posso em paz morrer
pois tenho plena certeza que cumpri com minha missão, meu dever.





                                                                                                           Jal Morgan 25/05/12




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